terça-feira, 21 de abril de 2009

Tratamento

INTERNAÇÃO INVOLUNTÁRIA
Para o caso em que o paciente precisa do tratamento mas não aceita. Neste caso o dependente não consegue mais escolher entre o consumo e a abstinência. A vontade de usar é sempre maior, prejudicando suas relações com: escola, trabalho e convívio familiar. Neste momento a família deve intervir antes que o pior aconteça, pois o dependente já não tem mais condições para optar por um tratamento. É chegada à hora de refletir e buscar auxílio profissional, para reverter esta situação, antes que seja tarde demais.
- Para estas intervenções, dispomos de uma infra-estrutura adequada para este atendimento emergencial e detemos um dos melhores índices de recuperação entre os pacientes tratados.
- Este acompanhamento intensivo é realizado por equipe especializada composta por médico, psicólogos, terapeutas, consultores em dependência química, monitores, enfermeiros e equipe de seguranças.
Duração prevista: quatro meses.

INTERNAÇÃO VOLUNTÁRIA
Para os casos que exigem o tratamento-residente, em que os pacientes concordam com a internação.
- Esta modalidade de tratamento é realizada por uma equipe especializada composta por médico, psicólogos, terapeutas, consultores em dependência química, monitores, enfermeiros e equipe de seguranças.
Duração prevista: quatro meses.

INTERNAÇÃO SEM INTERNAÇÃO

Um método muito eficaz no tratamento da dependência do álcool, drogas e outras comorbidades:
- Depressão;
- Bi-polaridade;
- Compulsividades por alimentos, jogos, sexo e etc.
É indicado para aqueles que não tem disponibilidade para um tratamento com internação, e para os que ainda possuem um vínculo sadio com: escola, trabalho e convívio familiar.
O programa começa com 1 dia na clínica para iniciar o programa terapêutico e psicoterápico, o paciente é acompanhado por psicólogos, terapeutas e médico, onde será feita uma avaliação do caso, para iniciarmos o processo de desintoxicação e tratamento das causas que o levam ao uso.
Após a avaliação médica é comum a prescrição de medicamentos que auxiliam no processo da desintoxicação.
Duração prevista: 90 dias, onde haverá por parte da clínica total assistência ao paciente em tratamento e a seus familiares.
- Esta assistência pode ser das seguintes formas:
Acompanhamento presencial: O paciente vem pessoalmente na clínica uma vez por semana – atendimento feito pelos terapeutas e psicólogos, usando a metodologia terapêutica da clínica.
Acompanhamento à distância: Um dia na clínica e acompanhamento através de telefonema dos terapeutas e psicólogos uma vez por semana para a pessoa em tratamento. Plantão telefônico de segunda a sábado das 08:00h as 18:00h para pessoa em tratamento ou familiares buscarem ajuda no momento que precisarem.
- Este tratamento permite então, que se venha à clínica uma única vez e a partir deste primeiro atendimento, avaliação do caso e prescrição medicamentosa o acompanhamento passe a ser feito a distância. Ou o paciente poderá fazer o acompanhamento presencial.



Estatísticas

Uso de Droga em Adolescentes

Idade de início: 11 anos; Substância usada: álcool; Tempo para uso problemático: 2 anos e meio.
Idade de início: 12 anos; Substância usada: maconha; Tempo para uso problemático: 1 ano.
Idade de início: 13 anos; Substância usada: cocaína; Tempo para uso problemático: 6 meses.
Idade de início: 14 anos; Substância usada: crack; Tempo para uso problemático: 1 mês



Perfil dos Usuários

81% são de classe média
46,8% cursam o nível superior
50% mencionam apenas os efeitos positivos da droga
84% já tiveram episódios depressivos após o uso
65,6% acreditam que o ecstasy é seguro
15,6% já tiveram problemas financeiros pelo uso do ecstasy
100% usam a droga em grupo
100% são usuários de outras drogas como maconha, cocaína e LSD

Danos à sociedade

Muitas pessoas podem experimentar drogas como um ingresso num grupo social – algo diferente do “mundo certinho”. No entanto, em vez de um mundo cordial e excitante, o dependente de drogas pode descobrir que seus contatos estarão limitados a outros viciados, a traficantes e à política.

Entrevista com ex-usuário de drogas

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Para quem chega a este ponto, muitas vezes a religião acaba surgindo como a última chance de recuperação. Foi o que aconteceu a Paulo Ramos, hoje um obstinado estudioso do assunto e profissional dedicado à recuperação de dependentes de drogas, trabalho que realiza em duas comunidades terapêuticas: o Espaço Reviver Santa Rita de Cássia e Santa Clara, em Rio Grande da Serra (região da Grande São Paulo), e o Cactus – Centro de Apoio e Recuperação de Dependentes de Droga.
Ramos é também conselheiro da Federação Brasileira das Comunidades Terapêuticas de Campinas; professor do curso Problemas do Homem Contemporâneo 2, na Uni–Santos; e aluno do 4º ano de Psicologia da mesma universidade. Ainda faz palestras sobre prevenção ao uso de drogas por todo o Brasil e até no exterior (já participou de conferências sobre o assunto na Colômbia e no México).
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A entrevista

droga&Família (d&F) – Onde você nasceu e como foi sua infância?
Nasci em Bauru e tive uma infância humilde, mas fui educado com rigor e carinho por minha mãe, já que perdi meu pai aos dois anos de idade. Minha mãe, apesar de analfabeta, sempre demonstrou grande sabedoria e força interior, criando sozinha seus cinco filhos, dentro dos preceitos da religião católica. Logo após a morte de meu pai, mudamos para Santo André, onde moramos por 12 anos e, depois, minhas irmãs casadas foram para o Paraná e o resto da família veio para Santos.

droga&Família (d&F) – Como as drogas entraram em sua vida?
Na escola, o contato com as drogas é fácil. Sempre aparece alguém oferecendo. Mas no começo eu recusava, até que aconteceu um fato que mudou meu modo de pensar e agir.

droga&Família (d&F) – O que foi?
Sempre pensei que meu pai tivesse morrido por causa do alcoolismo e foi um choque descobrir que ele tinha se suicidado. Uma tarde, ao voltar da escola, encontrei por acaso, atrás do sofá, um velho recorte de jornal com a notícia da morte de meu pai. Bêbado, ele não se conformou com a derrota eleitoral de um certo político de Bauru e acabou se envenenando. Saí de casa abalado com aquela história, sem conversar com ninguém, e fui me encontrar com a turma. Acabei aceitando um cigarro de maconha, que foi o início da minha desgraça.

droga&Família (d&F) – Que tipo de drogas você chegou a consumir e por quanto tempo?
Comecei pela maconha, que é a porta de acesso a drogas mais pesadas. Na primeira vez que fumei maconha fiquei alegre, imitando um passarinho, e naquele momento deixei de ser o Paulo para me transformar no Sabiá e, mais tarde, no Frank, o Terrível, e Nick, o Perverso, malandros que se envolviam em brigas e pancadarias. Quando me encontrava sob efeito das drogas, me sentia ousado e atrevido, sem qualquer medo. Virava outra pessoa. Da maconha passei para a cocaína e depois para o crack. Foram quase 10 anos até conseguir sair daquele inferno.

droga&Família (d&F) – Em que ocasiões utilizava as drogas e quando sentiu que o uso estava se tornando compulsivo?
Você fuma, cheira, acha gostoso e, sem perceber, vai se tornando dependente, não passa um dia sem a droga e não pensa em outra coisa. Cheguei a repetir por três vezes o 1º ano Colegial, mas sempre banquei o bom menino dentro de casa, disfarçando muito bem o problema das drogas. Aliás, antes disso eu era um orgulho para a família: trabalhava durante o dia e estudava à noite; adorava jogar futebol e tive até oportunidade de seguir carreira profissional nos juvenis de grandes clubes, como Palmeiras, Portuguesa Santista e Santos. Mas eu mesmo desfiz este sonho ao ser flagrado usando drogas no vestiário de um clube. Depois, fui trabalhar como vendedor e até que me saí bem, ganhei algum dinheiro que acabei perdendo nas drogas.

droga&Família (d&F) – Como passou a ser sua vida (familiar, social e profissional)?
Todo dinheiro que eu ganhava era utilizado na compra de drogas. Até um pequeno apartamento que ainda estava pagando tive de vender para saldar dívidas com traficantes. Nessa época, eu nem disfarçava mais o meu comportamento doentio. Nem percebia o quanto estava fazendo minha mãe sofrer, embora ela pensasse que o meu problema, como o de um irmão que morreu de cirrose aos 36 anos, era o alcoolismo.

droga&Família (d&F) – Sua mãe chegou a falar sobre isso com você?
Acho que teria falado se eu não estivesse tão distanciado da família. Um amigo, porém, me disse um dia que eu estava matando minha mãe e aí eu passei a prestar atenção nela. Num Domingo, faltando alguns dias para o Natal, parei perto da porta da cozinha e vi um coração de madeira que eu havia feito na escola, há muito tempo, e dado a ela como presente no "Dia das Mães". Estava cheio de pregos. Achei esquisito e perguntei o que significava aquilo. Então eu a vi mexendo em uma panela no fogão e as lágrimas caindo sobre a comida. Respondeu que aqueles pregos representavam o sofrimento que eu estava causando a ela e que só seriam retirados no dia em que eu mudasse de vida.

droga&Família (d&F) – Isso o motivou a abandonar as drogas?
Sim. Naquele momento, pedi perdão a ela e, pela primeira vez, tomei a resolução de parar de me drogar. Poucos dias depois, soube da prisão de dois traficantes a quem eu estava devendo muito dinheiro e isto foi mais um impulso na minha decisão.

droga&Família (d&F) – Como foi essa mudança?
Não estava muito decidido no começo. Resolvi esperar o carnaval passar para depois começar um tratamento. Tive sorte de encontrar um médico amigo da família, que morava em Curitiba, e me ofereceu ajuda. Fui para lá na Quarta-feira de Cinzas e passei quatro meses internado na clínica, tomando remédios e fazendo todo tipo de trabalho doméstico (na horta, no jardim, na limpeza da casa, na cozinha). Um dia, o médico me mandou voltar para casa, achando que eu já podia andar com minhas próprias pernas, mas eu tinha medo de voltar a me drogar, não queria ir embora. Então ele me perguntou: "Você acredita em Deus?" Respondi: "Não. Não acredito em quem não vejo." E ele insistiu: "Você vai ter que encontrar Jesus para poder sobreviver."

droga&Família (d&F) – E o que você acabou fazendo? Voltou a usar drogas?
Tive de reunir todas as minhas forças para não retroceder. Parece que Deus te coloca em situações críticas só para testar a tua determinação. No dia em que voltei a Santos, as primeiras pessoas que encontrei foram as da velha turma de boteco e jogo de sinuca. Um dos "amigos" me chamou pelo apelido e me ofereceu cocaína. Comecei a tremer. Aquele pacote estendido para mim... Então eu disse: "O Sabiá morreu, só sobrou o Paulo." E me afastei. Nesse mesmo dia, passei numa agência de um banco e pedi um emprego ao gerente. Não havia vagas naquele momento, mas eu insisti; disse que faria qualquer coisa (cozinhar, lavar e passar roupa) e contei a minha história. Acabei conseguindo uma vaga de escriturário e em cinco meses fui promovido a chefe do setor de cobrança e logo depois tive outra promoção.

droga&Família (d&F) – Em que momento você começou a acreditar em Deus?
Fui levado ao encontro da fé meio por acaso. Uma antiga namorada me convidou para participar de um encontro de jovens católicos na comunidade São Judas Tadeu, em Santos, e lá fui recebido com muito carinho. No meio da reunião, apareceu um cara com quem eu já tinha brigado duas vezes. Impulsivamente, me levantei para bater nele, mas a Sônia me segurou e ele acabou vindo sentar ao meu lado. Coincidentemente, alguém começou a falar sobre amizade e depois pediu que déssemos as mãos para rezar o Pai Nosso. Ele então pegou na minha mão e nós dois começamos a chorar.

droga&Família (d&F) – Então, vocês se reconciliaram?
Não naquele momento. Era fim de ano, e os organizadores do encontro pegaram o nome de todos os presentes para sortear um "amigo secreto". E o nome dele saiu justamente para mim. Resolvi dar a ele dois livros religiosos: "Os Frutos do Espírito Santo", do Padre Haroldo, e "Por Causa de um Certo Reino", do Padre Zezinho. Agora, acredite se quiser: eu era o amigo secreto dele e ganhei os mesmos livros. Depois disso, nos tornamos amigos de verdade.

droga&Família (d&F) Você acredita que sua atuação na Igreja o afastou definitivamente das drogas?
Sem dúvida. E tive uma experiência que considero definitiva na minha conversão ao cristianismo. Foi durante um retiro espiritual em que assisti a uma palestra feita por uma médica, chamada "Plano de Deus em sua Vida". Ela dizia que nossa missão neste mundo era ser feliz, mas suas palavras não eram suficientes para mim. Passei a noite inquieto e não quis acompanhar o grupo em meditação na capela. Durante a madrugada, choveu forte e eu senti vontade de ir à capela. Lá dentro, sozinho, implorei a Deus que me ajudasse a encontrar o caminho da paz e, olhando para uma cruz sem imagem, tive a visão de duas mãos me chamando. Saí de lá com a certeza de que deveria servir a Deus e fui falar com o Padre. "Entre quatro paredes, é fácil decidir, mas vá lá fora antes e veja se é isso mesmo que você quer", ele me aconselhou. Então pensei em quanta coisa eu poderia fazer pelos velhos, prostitutas, injustiçados, pobres, sem teto, drogados... e comecei a trabalhar com jovens dependentes em várias comunidades, fazendo palestras em clínicas, igrejas e até nas ruas.

droga&Família (d&F) – O trabalho de prevenção contra as drogas foi tomando conta de sua vida...
Praticamente, abandonei a carreira bancária para me dedicar à recuperação de dependentes e hoje vivo disso. Acabei me casando com outra Sônia, que conheci nesse meio. Ela não chegou a ser dependente, mas experimentou cocaína algumas vezes. E a pior conseqüência do uso de drogas nós sentimos na própria carne. Em outubro de 1982, nasceu nossa primeira filha, Carolina, um anjo que não chegou a ver o mundo. Morreu em seguida, vítima de teratogenia, patologia causada por resíduos das drogas que ficam no corpo dos usuários. Felizmente, anos depois nasceram com muita saúde Felipe e Lucas.

droga&Família (d&F) – Como surgiram as comunidades "Cactus" e "Reviver"?
O trabalho com jovens foi crescendo tanto que eu e a Sônia achamos melhor estruturá-lo em uma comunidade. Assim, em 1988 surgiu a Cactus, aqui em Santos, junto à paróquia da igreja Nossa Senhora Aparecida. O nome é uma referência à planta cactus que é a única fonte de vida que o homem encontra no deserto. O trabalho é baseado nos 12 pontos de recuperação dos alcoólicos anônimos. Contamos com uma casa, em que os jovens começam a se livrar da dependência das drogas, e uma fazenda de onde saem recuperados para a vida.

droga&Família (d&F) – E como funciona o Espaço Reviver?
Este foi fundado em 1995 e funciona como um semi-internato, com nova filosofia e métodos inéditos de tratamento. Fica em Riacho Grande, região da Grande São Paulo, e é composto pelas comunidades terapêuticas Santa Rita de Cássia (masculina) e Santa Clara (feminina). O atendimento no Reviver atinge diretamente as famílias, que ficam na comunidade de sexta a domingo, quando vêm visitar seus filhos. Nesse período, os pais assistem a palestras e fazem os mesmos trabalhos dos filhos, participam de atividades esportivas e também passam a ter responsabilidade por palestras e encontros de espiritualidade. Além disso, as comunidades mantêm um grupo de prevenção a recaídas, que faz reuniões a cada dois meses com os jovens que terminaram o tratamento. Para sustentar essas comunidades, cobro mensalidades de acordo com a possibilidade financeira de cada um, faço palestras por todo o Brasil, ministro cursos de prevenção para professores, psicólogos e outros profissionais e dou aulas de PHC (Problemas do Homem Contemporâneo) na faculdade de Psicologia da Uni-Santos, onde estou estudando.

Danos à saúde

O abuso e dependência das drogas é um problema de saúde pública que afeta muitas pessoas e tem uma grande variedade de conseqüências sociais e na saúde dos indivíduos.

A dependência começa com o abuso das drogas quando uma pessoa faz uma escolha consciente de usar drogas, mas a dependência não é apenas "o uso de grande quantidade de drogas". Pesquisas científicas recentes têm demonstrado que as drogas não somente interferem com o funcionamento cerebral normal, criando sensações de prazer, mas também tem efeitos a longo-prazo no metabolismo e atividade cerebral, e num determinado momento, as mudanças que ocorrem no cérebro podem transformar o abuso em dependência. As pessoas viciadas em drogas têm um desejo compulsório e não conseguem deixar as drogas por vontade própria. O tratamento é necessário para dar fim a esse comportamento compulsivo.

Estudos recentes demonstraram que a dependência é claramente tratável. O tratamento pode ter um profundo efeito não apenas nos usuários de drogas, mas também na sociedade como uma diminuição da criminalidade e violência, redução da contaminação da AIDS, acidentes automobilísticos e outros fatores associados às drogas.

O entendimento do abuso das drogas e seus efeitos prejudiciais na saúde pode ajudar a prevenir o seu uso.

domingo, 12 de abril de 2009

Tipos de Drogas

Depressivas - Seu principal efeito é retardar o funcionamento do organismo, tornando todas as funções metabólicas mais lentas.

Exemplos: álcool, morfina, heroína, maconha, haxixe, etc.


Alucinógenarias ou Psicodistrópticas – têm por característica principal a despersonalização em maior ou menor grau.

Exemplos: cogumelos, LSD e Ecstasy


Estimulanteses - produzem aumento da atividade pulmonar, aumentam a percepção ficando os demais sentidos ativados.

Exemplos: cocaína, crack, cafeína, etc.

Quanto à forma de produção do indivíduo no comportamento cerebral podendo atrapalhar o processamento ou não, classificam-se como:

  • Naturais
  • Semi-sintéticas
  • Sintéticas